A busca do conhecimento - Sócrates
Para estrear nosso espaço, escolhi falar de Sócrates, considerado um dos fundadores da Filosofia Ocidental, ele nasceu em Atenas – Grécia, em aproximadamente 469 a.C., e lá viveu até 399 a.C., quando foi condenado à morte sob a acusação de (i) ateísmo; (ii) corromper a juventude; e (iii) introduzir novos Deuses. A vida e os ensinamentos de Sócrates são contados por seu discípulo Platão, em suas obras.
A Grécia nessa época vivia uma democracia representativa, ou seja, os cidadãos se reuniam em praça pública para deliberarem acerca de assuntos de interesse comum (criação de leis, julgamento de crimes etc.) e a corrente de pensamento que predominava era a Escola Sofística. Os Sofistas eram os doutrinadores do povo grego, eles ensinavam que a vontade da maioria deveria sempre prevalecer, surgindo daí a frase “o homem é a medida de todas as coisas”. Para os Sofistas, o poder era alcançado por aquele que dominasse a arte da retórica (técnica de comunicação persuasiva). Eles consideravam que a verdade era relativa, admitindo, pois, que os argumentos não precisavam ser necessariamente verdadeiros, mas sim aparentemente verdadeiros (verossímeis), daí surgiu a palavra “sofisma”. Considerados mestres da retórica, eles cobravam para defenderem as pessoas, em julgamentos, e, por isso, são citados como os primeiros advogados do mundo.
Sócrates, por sua vez, entendia que existia uma verdade absoluta, universal, e que esta só poderia ser alcançada através do conhecimento. Segundo Platão, certa vez, um amigo de Sócrates lhe confessou que procurara a Pitonisa para saber quem era o homem mais sábio de Atenas, tendo ouvido como resposta que era Sócrates. Diante desta revelação, Sócrates, embora não se considerasse sábio e afirmasse “tudo que sei é que nada sei”, resolveu sair pelas ruas de Atenas e fazer perguntas universais às pessoas, tais como: o que é justiça? O que é moral? etc. O fato é que Sócrates começou a perceber que as pessoas estavam subordinadas a dogmas, a conceitos prontos, e, então, ele fazia mais perguntas relacionadas à anterior até que a pessoa entrasse em contradição. Esse método é conhecido, atualmente como “Método Socrático” ou “Maiêutica”. Seu objetivo, com isso, era levar o interlocutor à conclusão de que seus conhecimentos eram limitados. O mais interessante é que quando a outra pessoa, após ter caído em contradição, devolvia a pergunta para Sócrates, este era categórico ao afirmar que também não sabia a resposta.
Desta forma, Sócrates concluiu que a Pitonisa, talvez, tenha afirmado que ele era o homem mais sábio de Atenas porque, embora não detivesse o conhecimento, ele tinha consciência de sua ignorância, ao contrário dos demais, que ignoravam até sua própria ignorância. Daí surgiu a expressão “Conhece-te a ti mesmo”.
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Bom, agora vamos filosofar um pouco:
Essa breve história ocorreu, de acordo com os livros, há cerca de 2.400 anos. Passado todo esse tempo, como está a nossa Sociedade hoje em dia? Será que os preconceitos nela observados são frutos da ignorância?
Poderíamos dizer que alguns Políticos dos dias atuais são os Sofistas Contemporâneos?
E quanto a nós, enquanto indivíduos? Será que antes de formarmos nossas convicções, aplicamos, mesmo que intuitivamente, o Método Socrático, de modo a verificarmos se nosso raciocínio está correto, ou seja, sem contradições?
Boa reflexão a todos.



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Bom, agora vamos filosofar um pouco:
Essa breve história ocorreu, de acordo com os livros, há cerca de 2.400 anos. Passado todo esse tempo, como está a nossa Sociedade hoje em dia? Será que os preconceitos nela observados são frutos da ignorância?
Poderíamos dizer que alguns Políticos dos dias atuais são os Sofistas Contemporâneos?
E quanto a nós, enquanto indivíduos? Será que antes de formarmos nossas convicções, aplicamos, mesmo que intuitivamente, o Método Socrático, de modo a verificarmos se nosso raciocínio está correto, ou seja, sem contradições?
Boa reflexão a todos.
Muito interessante o blog. Parabens.
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